Clarice perdeu a mãe aos três anos. A locomotiva que passava todos os dias carregando cimento era o seu despertador todas as manhãs, quando ela, ainda tão pequena, precisava se arrumar para trabalhar entre as lavouras de laranja em Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro. E era lá, por entre o cheiro cítrico, misturado à amarelidão das laranjas, que Clarice cresceu tendo de lidar com seus sentimentos, a perda de sua mãe, a tristeza que causava a ausência de seu pai e uma vontade grande de estudar.

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Foi lá, no amarelo cítrico dos pomares de laranja, que Clarice aprendeu a ser madura, a ser resiliente, e buscar, por si só, a felicidade que insistia em persegui-la.